O labor filológico e as humanidades digitais

Resumo

Pensar o fazer filológico sob a perspectiva das humanidades digitais é quebrar paradigmas de métodos e conceitos, visto que o ‘texto’ ganha novos usos, manuseios e intervenções por parte dos leitores/filólogos. Assim, as definições se ampliam, dando lugar a um novo objeto de investigação, que Paixão de Sousa (2009) denomina ‘texto digital’. Partindo deste princípio, objetivamos, neste trabalho, trazer a lume discussões teóricas, tendo como ponto de partida trabalhos científicos que versam sobre a interseção do campo filológico com as ferramentas digitais, assim, discutir a aproximação da filologia (SPINA, 1977; GUMBRECHT, 2003; XIMENES; 2013; FERREIRA, 2016) à perspectiva das humanidades digitais (PAIXÃO DE SOUSA, 2014). Tendo em vista que, o texto, como produto social e objeto de investigação da práxis filológica, interage e sofre pressão com as mudanças sociais, sobretudo as mudanças de cunho tecnológico, pois elas interferem diretamente na produção, no armazenamento e distribuição dos textos, pressupondo ao filólogo novos suportes e diferentes formas de manipulação e processamento da escrita. Assim, realizamos buscas, por meio de palavras-chave, em sites que portam em sua base de dados, trabalhos de cunho científico que discorrem sobre a temática aqui explorada. Elegemos o Portal de Periódicos da Capes e o Google Acadêmico, pela confiabilidade das informações armazenadas. Na busca, elegemos três trabalhos em língua portuguesa e de recente publicação. Na análise dos trabalhos, destacamos que a interseção do labor filológico com as humanidades digitais é um campo investigativo fértil, de positivas contribuições para o estudo da língua e da sociedade. Bem como, apontamos discussões que versam sobre a repercussão das ferramentas tecnológicas à materialidade textual sob a perspectiva das humanidades digitais. Por fim, destacamos a produtiva discussão acerca do fazer filológico sob a ótica das humanidades digitais, ampliando o debate sobre o acesso, a preservação e o manuseio de documentos que guardam histórias sociais e linguísticas.