O comportamento da vogal média anterior átona /E/ no português falado em Passo Fundo (RS)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21680/1517-7874.2022v24n2ID29437

Resumo

O objetivo deste trabalho é investigar o comportamento da vogal média anterior átona /e/ em sílabas abertas (ado.te) ou fechadas (es.ses) em posição postônica final no Português Brasileiro (PB) falado em Passo Fundo, Rio Grande do Sul (RS). No Brasil, a elevação (/e/ à [i]) é praticamente categórica nesses casos (adot/e/ à adot[i]; ess[e]s à ess/i/s), porém, em algumas localidades da região sul do país, principalmente naquelas do interior, é possível notar que há variação (GUTIERRES; BATTISTI, 2020; VIEIRA, 2014; VIEIRA, 2010; GUZZO, 2012; 2010). Para verificar o comportamento da vogal /e/ nesse contexto, foi realizada uma análise estatística de regressão logística (modelo de efeitos mistos) com dados de fala de 20 informantes nascidos e residentes em Passo Fundo. Foram controladas cinco variáveis sociais (faixa etária, gênero, escolaridade, ocupação e região de residência) e cinco linguísticas (contexto fonológico precedente e seguinte, qualidade da vogal da sílaba tônica precedente, número de sílabas e tipo de palavra). A aplicação da regra variável (elevação) ocorreu em 17% (110/630) da amostra, e a não aplicação (preservação da vogal átona), em 83% (520/630). Na fala passo-fundense, a elevação é favorecida socialmente pelas variáveis gênero, escolaridade e profissão; e gramaticalmente pelas variáveis contexto fonológico precedente, número de sílabas e tipo de palavra. O resultado da análise evidencia o efeito de fatores externos sobre a gramática e está consoante à literatura no que diz respeito às variedades de PB faladas no interior: há variação entre elevação e preservação de /e/, sendo essa última a preferência na comunidade.

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Publicado

25-11-2022

Como Citar

VIEIRA DOS SANTOS, H. G.; GUTIERRES, A. O comportamento da vogal média anterior átona /E/ no português falado em Passo Fundo (RS). Revista do GELNE, [S. l.], v. 24, n. 2, p. 4–18, 2022. DOI: 10.21680/1517-7874.2022v24n2ID29437. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/gelne/article/view/29437. Acesso em: 25 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos