Nancy Huston e Sérgio Kokis, escritores “latinos do Norte”?
DOI:
https://doi.org/10.21680/1517-7874.2024v26n1ID35490Resumo
O escritor Sérgio Kokis nasceu em 1944 no Rio de Janeiro, onde viveu durante mais de vinte anos, mas se exilou do seu país natal para fugir da ditadura militar e, morando hoje em Montréal, escolheu a língua francesa para construir toda sua obra literária. Nancy Huston, canadense nascida em Calgary, mas que escolheu o francês para ser a língua principal do seu processo criativo, tem uma relação muito mais distante com o Brasil, onde apenas fez uma curta viagem, tendo lido também textos sobre a cultura brasileira. As lembranças de infância alimentaram a ficção em Le pavillon des miroirs, primeiro romance de Kokis, publicado em 1994, enquanto as anotações sobre o Brasil e a capoeira serviram de arcabouço para a narrativa de Danse noire, publicado em 2013. Com estéticas distintas e graus diferentes de conhecimento do Brasil, as duas obras oferecem um olhar sobre a alteridade brasileira e, de maneira mais ampla, veiculam imagens, entre estereótipos e desconstrução das representações, sobre as culturas latinas da América do Sul. Os francófonos do Canadá, esses “Latinos do Norte”, não teriam no Brasil e na América latina um espelho para interrogar suas identidades culturais e linguísticas dentro de um país majoritariamente anglófono? Os imaginários latino-americanos não constituiriam uma fonte fascinante de renovação dos imaginários? Tais são as indagações que orientam nosso estudo dos romances de Kokis e Huston.
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