Ensinando a ser mulher: um estudo do discurso pedagógico do Almanaque da Família (1947)
DOI:
https://doi.org/10.21680/1517-7874.2020v22n2ID19432Resumen
O trabalho é um estudo sobre o discurso pedagógico do Almanaque da Família de 1947, que se configurava como um produto da imprensa feminina e orientava as leitoras a assumir o modelo do que seria, à época, uma “mulher moderna”. A partir do aporte teórico da Análise do Discurso, o objetivo é investigar como o conteúdo da publicação produziu determinados sentidos em relação à mulher da década de 1940. Destacam-se os modos de funcionamento desse discurso, observando-se a ênfase dada ao lugar central da mulher no âmbito doméstico, visto como uma espécie de missão essencialmente feminina. Utiliza-se a discussão proposta por Orlandi (1994, 2006) em relação ao discurso pedagógico, tomado como um discurso de tipo autoritário. Além disso, a análise centra-se na noção de memória discursiva, buscando compreender como a ideologia patriarcal construiu, por meio de efeitos de evidência, um modelo feminino socialmente legitimado. A partir das análises, é possível perceber que, de acordo com as condições de produção que o determinavam, o Almanaque da Família ajudou a (re)produzir uma representação feminina conservadora, ancorada no discurso religioso que sustentava o imaginário social da época.
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