A construção do espaço narrativo em Âmes Tembé de Marie-Georges Thébia: comida e ambientação
DOI:
https://doi.org/10.21680/1517-7874.2024v26n1ID35391Resumen
Lançado em 2023, o segundo romance de Marie-George Thébia, Âmes Tembé, contribui de maneira importante para a consolidação de seu nome entre os principais da prosa guianense contemporânea. Sua carreira literária chama a atenção pela qualidade, recebendo diversos prêmios, entre eles o prêmio DRAC (Direction Régionale des Affaires Culturelles) por seu conto “Le Manguier”, em 1999; em 2006, o prêmio René-Maran por outro conto: “Bois d'ébène”. Já em 2016, seu primeiro romance, La Vie Bidim d'Ambrosia Nelson, é nomeado ao prêmio Carbet Caribe. Em Âmes tembé a escritora lança um romance que busca apresentar uma Guiana multiforme e multiétnica. Nessa obra, a construção do espaço chama-nos a atenção, entre outros motivos, por sua relação com as cores, fato enfatizado pela autora em entrevistas, por sua relação com a arte tembé, detectada desde a capa, e pela presença constante e significativa da alimentação. Nosso objetivo neste artigo é desenvolver uma análise da construção do espaço romanesco, a partir da presença da comida nos processos de ambientação (DIMAS, 1985; LINS, 1976) e topoanálise (BORGES FILHO, 2007; LINS, 1976) desta última obra publicada por Thébia. Para adentrarmos na construção do espaço narrativo no romance, partimos da relação da comida com esses processos de ambientação, bem como da noção de memória criada por essa relação (NASCIMENTO, 2007; SEDLMAYER, 2014; SEIXO, 2014). A vivência múltipla da escritora funde-se ao da protagonista, Manuela, em um mergulho nas raízes da cultura guianense, em busca de sua guianidade. Esperamos que, a partir das discussões aqui propostas, possamos contribuir para a divulgação de obras guianenses junto ao público brasileiro.
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