ANÁLISE DA PRODUÇÃO ENDODÔNTICA NOS CENTROS DE ESPECIALIDADES ODONTOLÓGICAS NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.21680/2446-7286.2025v11n3ID40963Palavras-chave:
Endodontia, Atenção Secundária à Saúde, Sistema Único de Saúde, OdontologiaResumo
Introdução: Os Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) são unidades de atenção ambulatoriais do Sistema Único de Saúde que oferecem serviços especializados, como diagnóstico bucal, periodontia, cirurgia oral menor, endodontia e cuidados a pessoas com necessidades especiais. Objetivo: Analisar de forma quantitativa a produção de tratamentos endodônticos nos CEOs da região Nordeste do Brasil, entre 2019 a 2024. Metodologia: Os dados foram obtidos no DATASUS/TABNET e no site do Ministério da Saúde, onde foi levantado o número de CEOs. Os procedimentos avaliados incluíram tratamento endodôntico e retratamento em dentes permanentes com um, dois, três ou mais canais radiculares, excluindo-se os dentes decíduos. Estimou-se a população usando dados do IBGE. A análise estatística considerou regressão log-linear utilizando o software Joinpoint, valor de p<0,05. Resultados: Os resultados indicaram crescimento nos tratamentos endodônticos em dentes unirradiculares em Estados como Sergipe, Bahia e Alagoas, e queda no Rio Grande do Norte, Piauí e Maranhão. Sergipe apresentou os maiores aumentos nos tratamentos em dentes com dois canais, três ou mais canais. A Paraíba obteve as maiores médias de tratamento em todos os tipos de dentes, enquanto Bahia e Sergipe registraram as menores. Os retratamentos aumentaram no Ceará, Bahia, Sergipe, Rio Grande do Norte e Piauí. Quanto à cobertura de CEOs, a Paraíba destacou-se com a melhor proporção (1 CEO para 41 mil habitantes), contratando com Bahia, Maranhão e Sergipe que tiveram a pior cobertura (mais de 170 mil habitantes por CEO), revelando desigualdades no acesso ao serviço. Conclusões: Apesar dos avanços com a Política Nacional de Saúde Bucal, persistem desigualdades na realização de tratamentos endodônticos. Paraíba, Ceará e Piauí apresentaram avanços, enquanto Maranhão, Sergipe e Bahia seguem com baixa cobertura. Assim, é necessário ampliar a rede de CEOs, capacitar a equipe e fortalecer a regulação para garantir acesso equitativo e atenção bucal resolutiva.
Palavras-Chave: Endodontia; Atenção Secundária à Saúde; Sistema Único de Saúde; Odontologia.
Downloads
Referências
1. Junior SCC, Guedes P. Política Nacional de Saúde Bucal: metassíntese dos estudos sobre a Rede de Saúde Bucal. Rev Saúde Pública. 2021;55:105. [citado 2025 Jun 08]. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2021055003454
2. Brasil. Ministério da Saúde. A Saúde Bucal no Sistema Único de Saúde [Internet]. Brasília; 2018 [citado 2024 Mar 15]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_bucal_sistema_unico_saude.pdf
3. Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Saúde Bucal: diretrizes e ações [Internet]. Brasília; 2024 [citado 2025 May 08]. Disponível em: https://website.cfo.org.br/wp-content/uploads/2024/09/politica_nacional_saude_bucal_acoes.pdf
4. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.341, de 13 de junho de 2012. Define os valores dos incentivos de implantação e de custeio mensal dos Centros de Especialidades Odontológicas – CEO e dá outras providências. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2012 [citado 2024 Mar 15]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt1341_13_06_2012
5. Figueiredo N, Goes PSA, Martelli P. Os caminhos da saúde bucal no Brasil: um olhar quali e quanti sobre os Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) no Brasil [Internet]. Recife: UFPE; 2016. p. 16-236 [cited 2025 Jun 11]. Disponível em: https://www.ufpe.br/documents/1181966/0/Livro_Os+caminhos+da+saúde+bucal+no+Brasil+_+PMAQ-CEO.pdf/f06f06e7-4fc7-47cd-acb9-e864e8ea9dc7
6. Bulgareli JV, et al. Informações da atenção secundária em Odontologia para avaliação dos modelos de atenção à saúde. Rev Odontol UNESP. 2013;42(4):229–236. [citado em 2025 Jun 11]. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rounesp/a/DstGNcn7KhCkc6xghkyKXds/?format=pdf&lang=pt
7. Lopes SPA, et al. Centros de especialidades odontológicas: organização da oferta e utilização em um município do nordeste brasileiro. Rev Baiana Saúde Pública. 2020;44(2):95–115. https://doi.org/10.22278/2318-2660.2020.v44.n2.a3107
8. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Estratégias e Políticas de Saúde Comunitária. SB Brasil 2023: Pesquisa Nacional de Saúde Bucal: relatório final [recurso eletrônico]. 1. ed. rev. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2025. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sb_brasil_2023_relatorio_final_1edrev.pdf
9. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.464, de 24 de junho de 2011. Altera o anexo da Portaria nº 600, de 23 de março de 2006, que institui o financiamento dos Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs). Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2011 [citado 2024 Mar 15]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt1464_24_06_2011.html
10. Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Tabnet – Sistema de Tabulação de Dados do SUS. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2025 [citado 2025 May 04]. Disponível em: http://datasus.saude.gov.br/home/tabnet
11. Pereira TM, et al. Produção endodôntica no atendimento público odontológico do Centro Oeste do Brasil. Rev ABENO. 2018;18(2):55–61. https://doi.org/10.30979/rev.abeno.v18i2.550
12. Santos Júnior LM, et al. Centros de especialidades odontológicas: nova proposta avaliativa para endodontia. Rev Família Ciclos Vida Saúde Contexto Soc. 2021;9(4):912–23. https://doi.org/10.18554/refacs.v9i4.4917
13. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Portal do IBGE [Internet]. [citado 2025 May 04]. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/
14. Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS), Ministério da Saúde do Brasil. Cidades atendidas com Centros de Especialidades Odontológicas. Brasília: Ministério da Saúde; [atualizada desconhecida; citada em 25 May 2025]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/brasil-sorridente/cidades-atendidas/ceo
15. Andrade FB de, Pinto R da S, Antunes JLF. Tendências nos indicadores de desempenho e monitoramento de produção dos Centros de Especialidades Odontológicas do Brasil. Cadernos de Saúde Pública. 2020;36(9):e00162019. https://doi.org/10.1590/0102-311X00162019
16. Scimago Institutions Rankings. Desigualdades no perfil de utilização de serviços odontológicos no Brasil. Ciênc Saúde Coletiva. 2022;27(6):2233–42. https://doi.org/10.1590/1413-81232022276.17352021
17. Filgueira LV, et al. Influência da autoavaliação para melhoria do acesso e da qualidade no quantitativo de procedimentos dos Centros de Especialidades Odontológicas. Ciênc Saúde Coletiva. 2022;27(1):253–61. https://doi.org/10.1590/1413-81232022271.39622020
18. Lemos VS de, Barreto VC F, Frazão P. Análise do desempenho dos centros de especialidades odontológicas da região sudeste brasileira. Cad Saúde Coletiva. 2019;27(2):247–55. https://doi.org/10.1590/1414-462X201900020205
19. Siqueira JF, Rôças IN. Clinical implications and microbiology of bacterial persistence after treatment procedures. J Endod. 2008;34(11):1291–301. https://doi.org/10.1016/j.joen.2008.07.028
20. Ng Y L, Mann V, Gulabivala K. A prospective study of the factors affecting outcomes of non surgical root canal treatment: part 2. Int Endod J. 2011;44(7):610–25. https://doi.org/10.1111/j.1365-2591.2011.01873.x
21. Brasil. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Coordenação Geral de Saúde Bucal. Nota técnica nº 16/2020 CGSB/DESF/SAPS/MS. COVID 19 e atendimento odontológico no SUS. Brasília; 17 jun 2020. [citado 2025 May 07]. Disponível em: https://site.crosp.org.br/uploads/arquivo/295c9c14409db20cb63c862bb07ce0e4.pdf
22. Paiva KM, et al. Fatores associados à redução de atendimentos odontológicos na Atenção Primária à Saúde no Brasil, com o surgimento da COVID 19: estudo transversal, 2020. Rev Bras Epidemiol. 2021;24:e210011. https://doi.org/10.1590/S1679-49742022000100015
23. Vasco MD, et al. Serviços odontológicos na pandemia da COVID 19: uma revisão de síntese da produção científica. Res Soc Dev. 2023;12(2):e4029513203. https://doi.org/10.33448/rsd-v12i2.40295
24. Bagliano JF, Carvalho J. Impacto da desigualdade socioeconômica na saúde bucal: revisão de literatura [Internet]. Ipatinga: Faculdade de Ipatinga; 2022 [cited 2024 Mar 15]. Disponível em: https://revista.fadipa.br/index.php/cjuridicas/article/view/542/pdf
25. Azevedo CA, Alves MC. Acesso e qualidade de bases de dados e sistemas de informações em saúde no Brasil: revisão de escopo [Internet]. 2024. https://doi.org/10.33448/rsd-v13i4.45603
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista Ciência Plural

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
À Revista Ciência Plural ficam reservados os direitos autorais referente a todos os artigos publicados.
Português (Brasil)
English
Español (España)







