A DEPENDÊNCIA DOS HOMICÍDIOS E AS DESVANTAGENS SOCIOECONÔMICAS EM MUNICÍPIOS DO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.21680/2446-7286.2018v4n2ID16843Resumen
Introdução: O Brasil, em 2016, alcançou uma taxa bruta de mortalidade igual a 30,3 homicídios para cada 100 mil habitantes. Além de outras consequências, essa mortandade apresenta impactos na saúde, na dinâmica demográfica e, por conseguinte, no processo de desenvolvimento econômico-social. Objetivo: Demonstrar as correlações significantes entre os homicídios e os índices de educação, pobreza e de desigualdade de renda entre os municípios brasileiros. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, onde foram avaliados 62.517 óbitos por homicídios em 2016. Foram calculadas taxas de mortalidade padronizada para idade por 100 mil habitantes, segundo local de residência, de todos os municípios brasileiros com mínimo de 100 mil habitantes. Os coeficientes de correlação Winsorizada foram utilizados para avaliar a dependência dos homicídios com índices de educação, pobreza e de desigualdade de renda. As razões de prevalência foram avaliadas com o teste exato de Fisher para medir a força de associação, considerando-se um nível de significância de 5%. Resultados: Os homicídios entre homens foram dez vezes mais prevalentes que entre as mulheres (RP=9,7 – p-valor<0,001), correspondendo a 93% dos homicídios. Os homicídios foram prevalentemente óbitos juvenis, onde 54,6% ocorreram na faixa etária entre 15 e 29 anos, onde 75% eram negros. Dos 15 municípios com menores taxas de homicídios, dez pertenciam ao estado de São Paulo. No outro extremo, metade dos 15 municípios mais violentos foram do estado da Bahia. Quanto maior a desigualdade de renda ou pobreza entre os municípios avaliados, maiores foram as taxas de homicídios observadas. Um efeito contrário foi observado com as maiores as expectativas de anos de estudo e de acesso à educação. Conclusão: Os municípios brasileiros com maiores problemas de violência homicida foram aqueles que apresentaram as maiores desigualdades sociais e pobreza. Em sentido contrário, a educação foi relacionada às menores taxas de homicídios.
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