DESFIAR A TRAMA PARA EXPLORAR OS SENTIDOS:
A COSTURA DOS SERTÕES NAS REDES DISCURSIVAS DA MÍDIA
DOI:
https://doi.org/10.21680/2674-6131.2020v2n1ID21235Palavras-chave:
Linguagem, Discurso, História, Sertões, ModaResumo
Este artigo trata da produção discursiva em torno do lançamento de uma coleção de moda, intitulada “Carne Seca ou um Turista Aprendiz em Terra Áspera”, do estilista brasileiro Ronaldo Fraga, com o objetivo de analisar e discutir os sentidos sobre os sertões que circulam na internet na contemporaneidade, considerando sua inscrição no universo midiático nacional. Como metodologia, selecionamos matérias publicadas em sites na internet, onde as notícias sobre o evento circularam, e os submetemos à análise dos discursos que produziram sentidos sobre o que é o sertão e o sertanejo. Consideramos, portanto, que os estudos do discurso nos permitem reflexões sobre a construção de saberes, sentidos e “verdades” na/pela história. Para tanto, destacamos como respaldo teórico-metodológico os pressupostos da Análise do Discurso de orientação francesa e os estudos de Michel Foucault sobre discursos, sujeitos e saberes, além de referenciais teóricos sobre a historiografia do sertões, sobretudo, no que se refere à etimologia da palavra, o surgimento e as transformações do conceito ao longo da história. Em linhas gerais, nossas análises sobre as matérias apontam para efeitos de sentido sobre um sertão “áspero”, “masculino”, passível de refinamento, ao passo em que esses discursos constroem a figura do estilista como um sujeito capaz de transformar essa aspereza em moda.
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