Sentidos do agronegócio brasileiro
slogans da Friboi e da Sadia
DOI:
https://doi.org/10.21680/1517-7874.2021v23n1ID20636Resumo
O artigo pretende analisar discursos publicitários do agronegócio nacional, com o intuito de melhor compreender um paradoxo de nossa sociedade: o grande consumo de carne, a matança sistemática de milhões de animais simultâneos a um recrudescimento da sensibilidade humana à causa animal. Com base na Análise do discurso derivada de Michel Pêcheux e seu grupo, e em contribuições de Michel Foucault, procuramos identificar o que é dito nos slogans de empresas alimentícias e o modo como esses enunciados são formulados. Mais precisamente, o nosso intuito é o de analisar a produção de sentidos relacionados ao comércio de produtos alimentícios das indústrias, assim como o apagamento de outros considerados disfóricos pelo setor e silenciados do seu discurso. O material de análise compreende slogans das companhias agropecuárias Friboi e Sadia. Analisaremos o material mediante um método muito conhecido na AD: a formação de relações entre os enunciados dos slogans, entre os slogans do material e entre eles e outros já-ditos do interdiscurso. Essas relações são feitas mediante a identificação e montagem de cadeias parafrásticas: a polissemia constitutiva da linguagem é passível de ser interpretada a partir da produção das paráfrases construídas pelo discurso em suas diferentes condições de produção. Além disso, analisaremos os recursos linguísticos utilizados na constituição dos slogans, como as escolhas lexicais, os encadeamentos sintáticos, as modalidades enunciativas etc. As análises nos permitem inferir a existência de sentidos gastronômicos e econômicos que apagam outros relacionados com o caráter animal, outrora vivo das mercadorias comercializadas pelo agronegócio.
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