O espaço-tempo da gramatização brasileira: uma agenda dialetológica na linguística nacional
DOI:
https://doi.org/10.21680/1517-7874.2021v23n1ID22317Resumo
Este trabalho propõe a discussão da temática da espacialidade na Linguística Brasileira e seu funcionamento na relação língua/sujeito/estado num período que vai do final do século XIX a meados do século XX. Trabalhamos dentro de uma perspectiva discursiva, como diz Orlandi (2001), utilizando as considerações de Auroux (2009) sobre o processo de gramatização e sobre os instrumentos tecnológicos deste processo, como os dicionários e as gramáticas. Tentamos investigar como estas tecnologias linguísticas produzem discursos num determinado espaço-tempo brasileiro, e como estes discursos se relacionam para a constituição da Língua Portuguesa. Funcionando dentro de uma política de línguas do final do século XIX, é a partir deste discurso sobre a espacialidade brasileira que poderemos pensar numa série de práticas que vão afastar a Língua portuguesa falada no Brasil da de Portugal, e, mais tarde, tentar confirmar a unidade de uma língua nacional. Contraditoriamente, é a partir desta mesma unidade imaginária que as questões sobre a diversidade concreta da língua falada em território nacional vão surgir e ganhar força. Em nossa perspectiva, percebemos a construção e o funcionamento de uma agenda de cunho dialetológico que permeará os Estudos da Linguagem no Brasil.
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