Folhetos de cordel no ensino de língua materna: aspectos culturais e formação docente
DOI:
https://doi.org/10.21680/1517-7874.2016v18n2ID11207Palabras clave:
Práticas culturais, Oral e escrito, Letramento, Folhetos de cordel.Resumen
Desde a antiguidade clássica, verifica-se uma poética da voz
realizada a partir de diversas funções sociais ritualizadas pela palavra.
Isso confirma uma tradição oral que persiste em nossos dias, agregada
em vários aspectos do quotidiano (ZUMTHOR, 1993). A escrita nasce,
então, como resposta às necessidades dos povos que narram a memória
de sua gente e buscam, através dessas narrativas, a explicação e atualização
da vida humana. Corroborando com tais assertivas, dados de pesquisas
que venho desenvolvendo com gêneros textuais diversos das culturas
populares, no campo das linguísticas aplicada e pragmática/discursiva,
vêm demonstrando que os estudos do letramento são hoje um campo
promissor de investigação e elaboração de métodos que buscam reunir
pesquisas interessadas pela descrição e explicação da influência da
oralidade e da escritura nas práticas culturais de sociedades letradas,
o que contribui para a formação de professores de língua portuguesa
empenhados na constituição de sujeitos escolares aptos para uma
convivência sociocultural efetiva. Diante disso, destaca-se o fenômeno
do letramento que extrapola o mundo da escrita e se interessa pela letra
como prática sociocultural; o que permite fundamentar um estudo em
diálogo com outros pesquisadores que compartilham com a ideia de um
ensino de língua baseado em eventos e práticas de letramento, em que a
voz antecede, atravessa e “finaliza” a produção escrita, animando o texto
e atualizando discursos de um material regional típico do Nordeste: os
folhetos de cordel brasileiros. Uma perspectiva de estudo que cobra a
compreensão do lugar e do tempo que compõem o sujeito escrevente e
falante, e/ou mesmo, que escreve para simular uma fala: ação dialógica e
ideológica, marca de acontecimento sociocultural do homem na história.
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