“Do querer que há, e do que não há em mim”

o fenômeno memorial em escolas, pelo trabalho de quatro mulheres (Porto Alegre e São Leopoldo/RS)

Resumo

O artigo tem como objetivo problematizar a constituição de espaços de memória em quatro escolas centenárias do Rio Grande do Sul e analisar a atuação das responsáveis por esses lugares. O estudo, inscrito no campo da História da Educação, toma como referência os conceitos de patrimônio histórico-educativo e guardiãs de memória. Metodologicamente, foram visitados os museus e memoriais das instituições e entrevistadas as professoras que lá trabalham. Constatou-se que esses lugares, criados para preservar a memória, narram uma história edificante do passado institucional. Ao mesmo tempo, observa-se que a potência desses espaços depende muito da disposição e entrega dessas mulheres. Conclui-se que há um descompasso entre a dedicação das professoras e os gestos de guardar das escolas, indicativo da importância de maiores investimentos na construção de políticas de memória, não apenas centradas em ações individuais, mas fomentem atividades coletivas mais fecundas, ampliando, assim, a força do conceito do patrimônio histórico-educativo.