O movimento “#ELENÃO” e seu apagamento discursivo sob a contranarrativa do “#ELESIM”
DOI:
https://doi.org/10.21680/1517-7874.2021v23n1ID21275Resumo
Entendendo a língua como um construto de significados e significantes, e que produções discursivas são uma forma de construir narrativas através da produção de sujeitos, ideologicamente interpelados; adentramos à cena político-discursiva das eleições de 2018 com o intuito de proceder a uma investigação, à luz da Análise do Discurso de linha francesa, sobre a construção do contradiscurso que aviltou o êxito da maior manifestação social liderada por mulheres da história do Brasil. Metodologicamente, partimos da análise de enunciados retirados da rede social Facebook, onde ocorreu a maior concentração de apoio a essas narrativas. Com isso, pretendemos estabelecer a correlação entre os discursos antagônicos que culminaram no desfecho das manifestações de 2018, demonstrando, assim, como se deu o processo de (re) significação que reavivou condutas discriminatórias, as quais, até então, pensava-se estarem obsoletas, mas foram reintroduzidas no coletivo nacional. Para tanto, no que diz respeito à construção dos sentidos, memória e sujeito, reportamo-nos a Pêcheux (2010), com reflexões em Courtine (2006), Brandão (2004) e Grigoletto (2005). A partir das análises e verificações, percebe-se a influência ideológica que os arranjos enunciativos exercem sobre as práticas e escolhas discursivas dos sujeitos.
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