Psicolinguística e educação: uma análise do acesso lexical em estudantes do Ensino Médio EJA e do Ensino Superior

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21680/1517-7874.2023v25n3ID32201

Resumo

O objetivo principal deste estudo foi investigar uma possível relação entre a competência leitora, escolaridade e o processamento de palavras complexas. Buscou-se investigar se a competência e a experiência leitora em conjunto com a escolaridade podem afetar o acesso lexical de maneira significativa, comparando-se o desempenho entre estudantes do Ensino Médio na modalidade Educação de Jovens e Adultos ou EM-EJA e no Ensino Superior ou ES. Utilizou-se a técnica experimental de Priming aberto com decisão lexical, via plataforma web-based PCIbex Farm, para analisar se a condição experimental de palavras relacionadas morfologicamente, tanto na alta quanto na baixa frequência, seria processada mais rapidamente que as demais condições testadas (semântica, fonológica e não-relacionada). Também se utilizou um Questionário de Perfil Leitor para entender como os alunos encaravam a prática da leitura na vida cotidiana e na sala de aula. As respostas ao questionário sugeriram padrões na experiência leitora e na complexidade sintática das respostas dos estudantes conforme o nível de escolaridade. Os resultados da análise estatística dos tempos de reação, relacionados ao experimento, mostraram Efeitos Principais (de Escolaridade, de Frequência e de Tipo de Relação Prime-Alvo) e Efeitos de Interação (Prime-Frequência e Grupo-Frequência) e análise dos Índices de Acertos mostrou efeito significativo para todos os fatores analisados (Escolaridade, Frequência e Tipo de Relação Prime-Alvo). Concluiu-se que os resultados da pesquisa corroboram os achados de Garcia (2009) acerca da facilitação na condição morfológica entre prime-alvo com palavras de alta frequência no grupo ES, mas encontrou-se algumas distinções a depender do fator frequência: na alta frequência, verificou-se facilitação nas condições morfológica e semântica e na baixa frequência, encontrou-se facilitação apenas na condição morfológica em ambos os grupos.

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Biografia do Autor

Nathália Leite de Sousa Soares, Universidade Federal da Paraíba

Estudante de Doutorado (2022-2026) e Mestra em Linguística (2022) pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística (PROLING) da Universidade Federal da Paraíba - UFPB, Especializanda em Neurociência Aplicada pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE (2023-2024), além de ser membro do Laboratório de Processamento Linguístico (LAPROL). Na trajetória acadêmica, possui Licenciatura em Letras (habilitação Língua Portuguesa) pela UFPB (2019) e Bacharelado em Fisioterapia pelo Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ (2011). Os principais interesses de investigação englobam as áreas de Processamento Linguístico e Neurociência da Linguagem com foco, mais específico, em questões relacionadas à Saúde e à Educação.

Márcio Martins Leitão, Universidade Federal da Paraíba

Possui graduação em português - Literaturas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1997), mestrado em Linguística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2001), doutorado em Linguística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2005) e Pós-doutorado em Psicolinguística pela Universidade de Lisboa (Financiado pela CAPES). Atualmente é professor associado da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e coordena o LAPROL (Laboratório de Processamento Lingüístico), Além disso, foi coordenador do GT de Psicolinguística da ANPOLL no biênio 2013-2014 e é membro da Rede de Ciência para Educação - REDE CpE. É editor-chefe do site de divulgação científica Linguisticamente Falando. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Psicolinguística Experimental, atuando principalmente nos seguintes temas: processamento da correferência, processamento anafórico, processamento linguístico e patologias relacionadas a linguagem (Afasia, Alzheimer, Gagueira), e processamento linguístico em aprendizes de L2. Tem interesse também na interface entre Processamento Linguístico e Educação, além de divulgação científica.

Juliana Novo Gomes, Universidade do Porto

Linguista brasileira com formação em Linguística Teórica e Experimental. Além de sua experiência e paixão por sistemas generativos sintáticos e semânticos e, pelos processos combinatórios ilimitados do processamento da linguagem humana, ela possui experiência com métodos de pesquisa psicolinguística online e offline, como EEG/ERPs e rastreamento ocular, análise de dados e programação (Python e R). Como investigadora na área do processamento da Linguagem, busca compreender as bases neurais da construção de estruturas sintáticas. Assim, além de estudos direcionados diretamente à semântica-sintaxe no nível da frase, sua pesquisa também aborda processos no nível da palavra, como acesso lexical, decomposição morfológica e semântica. Recentemente, sua pesquisa também se concentrou na caracterização dos mecanismos cerebrais de leitura e aprendizagem de um idioma - como os sublinhados no N170. É Professora de Linguística da Universidade do Porto, FLUP e associada ao Centro de Linguística da UP, CLUP. É pesquisadora associada do LingLab e do Grupo de Linguística Teórica e Experimental (LTE/UMinho), do Laboratório de Processamento Linguístico (LAPROL/UFPB), do Laboratório de Acesso Sintático (Laboratório Acesin/UFRJ), do Laboratório de Eletroencefalografia e Eye-tracking (Laboratório LER/UFRJ). É editora colaboradora do site de divulgação científica Linguisticamente Falando. É editora associada da Revista Diacrítica e Prolingua (UFPB) e, desde 2020 é membro da Comissão de Psicolinguística e Neurociência da Linguagem da ABRALIN. Foi Investigadora da CEEC-Ind. FCT (2020-2022) no CEHUM da Universidade do Minho. Ela coordena vários projetos na interface sintaxe-semântica; processamento da linguagem, aquisição da linguagem, língua indígena (Karajá) e neurociência educacional.

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Publicado

05-10-2023

Como Citar

LEITE DE SOUSA SOARES, N.; MARTINS LEITÃO, M.; NOVO GOMES, J. . Psicolinguística e educação: uma análise do acesso lexical em estudantes do Ensino Médio EJA e do Ensino Superior. Revista do GELNE, [S. l.], v. 25, n. 3, p. e32201, 2023. DOI: 10.21680/1517-7874.2023v25n3ID32201. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/gelne/article/view/32201. Acesso em: 17 maio. 2024.

Edição

Seção

Edição Especial 2023 - Linguagens sem fronteiras no mundo pós-pandêmico - Trabalhos selecionados da 29ª Jornada do GELNE