O processo antropofágico no “Auto de São Lourenço” de José de Anchieta
DOI:
https://doi.org/10.21680/1517-7874.2020v22n1ID18844Resumen
A literatura dos primeiros anos de nossa formação, ou seja, do período em que estavam aportados em nossas terras os jesuítas, homens cujo labor era especialmente a educação do ameríndio, foi estudada por alguns teóricos com certo ranço romântico. Isso quer dizer que o olhar para as obras produzidas naquele período minimizou a importância dessa literatura, tratando-a apenas como uma "cópia" da produção portuguesa, sem tanto valor para nossa formação. Os jesuítas que vieram à América tinham como uma de suas principais atribuições a educação religiosa do povo indígena e uma de suas ferramentas mais usadas foi a dramaturgia. Estavam em voga, na Península Ibérica, os Autos de Gil Vicente e é certo que José de Anchieta teve contato com esse estilo quando estudou em Coimbra. Com o objetivo de retificar esse pensamento preconceituoso para com a obra anchietana, neste artigo, propomos uma leitura barroco-antropofágica da peça teatral “Auto de São Lourenço”, que foi representada em 1587 onde hoje se encontra Niterói. Com a análise desse corpus, mostraremos o processo de devoração cultural empreendido pelo jesuíta e realizado através da amalgamação linguística. Nessa peça, há a mistura de várias línguas, portanto, de várias culturas. Ou seja, um texto permeado de culturas, como um amálgama, é símile do processo barroco-antropofágico estudado pelo modernista Oswald de Andrade. Este trabalho é resultado de uma pesquisa desenvolvida no âmbito da Iniciação Científica da UFRN.
PALAVRAS-CHAVE: José de Anchieta, Barroco, Antropofagia, Teatro.
Descargas
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Este trabalho foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.