QUEM A HOMOFOBIA MATA?

Autores

  • Rayane Dayse da Silva Oliveira UFRN
  • Kenia Almeida Nunes UFRN

Palavras-chave:

Heteronormatividade. Homofobia. Masculinidade. Violência.

Resumo

O presente trabalho, ao tratar das estatísticas dos crimes de homofobia, tem a proposta de problematizar a grande diferença entre o número de homicídios de gays e lésbicas no Brasil, sendo o primeiro exacerbadamente maior que o segundo. Para tal propósito, o trabalho se divide em dois principais movimentos, no primeiro, é exposta uma breve consideração acerca da construção dos gêneros, papéis sociais com base no sexo e sua hierarquização valorativa, por conseguinte mostra-se como é produzida a heterossexualidade enquanto única forma legítima de expressão da identidade sexual e do gênero; o segundo movimento consiste na parte mais densa e central do trabalho, é nela que são propostas as hipóteses relativas à compreensão das estatísticas dos homicídios por homofobia no Brasil, a partir dos dados levantados pelo GGB (Grupo Gay da Bahia), essas estatísticas são pensadas como consequências do arranjo hierárquico da construção binária dos gêneros e das sexualidades, que fixam e naturalizam representações, e engendram três principais questões que, são postas no trabalho como hipóteses, com vistas à compreensão dos dados relativos aos assassinatos de homossexuais no Brasil, sendo estas: a supervalorização e expectativa sobre o masculino, que implica em aversão, rejeição e secundarização do feminino, além do binarismo valorativo dos gêneros, que, gera e naturaliza a ideia de sexualidade dissidente como a fuga do gênero “natural”; a permissividade social de demonstração de afeto entre mulheres e a negação dessa expressividade aos homens; e ainda o modo como homens e mulheres (hetero ou homossexuais) fazem uso do espaço público, devido à construção dos gêneros e papéis sociais.

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Biografia do Autor

Rayane Dayse da Silva Oliveira, UFRN

Cientista social e mestranda no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PPGCS/UFRN), estudando gênero, sexualidades e crimes de homofobia. Foi bolsista do Programa de Educação Tutorial de Ciências Sociais (PET/CS/UFRN). Membro do Núcleo de Estudos Críticos em Subjetividades Contemporâneas e Direitos Humanos (NUECS_DH) da UFRN, na linha de pesquisa “Direitos humanos e lutas por reconhecimento: estratégias, contextos e conflitos”.

Kenia Almeida Nunes, UFRN

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPGCS) da UFRN, dedicando-se às áreas de pesquisa dos corpos, das sexualidades, dos desejos, dos gêneros, do cinema, da indústria cultural, das identidades sociais e da Teoria Queer. Mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com estudo na área de Cinema e Sexualidade. Graduada em Ciências Sociais pela UFRN com uma pesquisa na área de gênero, literatura e territorialidade. Ex-bolsista do PET (Programa de Educação Tutorial). Atua também como membro (pesquisadora) do Núcleo de Estudos Críticos em Subjetividades Contemporâneas – Direitos Humanos da UFRN.

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Publicado

11-04-2016

Como Citar

SILVA OLIVEIRA, R. D. da; ALMEIDA NUNES, K. QUEM A HOMOFOBIA MATA?. Revista Inter-Legere, [S. l.], v. 1, n. 16, p. 257–273, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/interlegere/article/view/6201. Acesso em: 22 dez. 2024.