A língua afiada de Aurélia à luz de Bakhtin: que carnaval é esse?
DOI:
https://doi.org/10.21680/1517-7874.2023v25n1ID31941Resumen
O presente artigo analisa, a partir da cosmovisão bakhtiniana de carnavalização, a obra Aurélia – a dicionária da língua afiada (2013), uma vez que essa produção inverte ideais de uma obra oficial em um instrumento permeado por uma linguagem oriunda da cultura popular. Esse material metalinguístico é apontado como um dicionário que apresenta 1.300 verbetes típicos das práticas de linguagem de membros da comunidade LGBTQIAP+, obviamente com ressalvas, haja vista sua produção não advir do rigor da lexicografia tradicional, mas o que não deixa de representar uma visão de mundo de sujeitos de linguagem, os quais integram a referida comunidade. Dito isso, este artigo corresponde a uma análise interpretativista de viés dialógico-discursivo, considerando uma leitura dos elementos linguísticos e não-linguísticos que permeiam o material: verbetes, notas introdutórias, capas, figuras etc., caracterizando-se, assim, como uma pesquisa de natureza qualitativa de caráter documental. Nessa direção, lançamos mão das discussões do Círculo de Bakhtin, especialmente as ideias sobre carnavalização, com vistas à espetacularização da referida obra, a comicidade dos signos linguísticos e a “quebra” da seriedade do gênero verbete. Tais aspectos confirmam a irreverência de Aurélia e sua identidade itinerante no seio de uma sociedade que preconiza a cultura da norma gramatical e da ortografia oficial para fins de padronização (socio)linguística.
Descargas
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Revista do GELNE
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.
Este trabalho foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.