Interpretes do passado e do presente: a arte de historiadores da educação e arquivistas
Resumo
Conferir sentido aos tempos pretéritos não é uma tarefa exclusiva de historiadores. É um ato constitutivo das artes de escritores, curadores de exposições, diretores de documentários, roteiristas e cenógrafos, reencenadores. Mas não apenas, é também um elemento integrante da prática de historiadores da educação e arquivistas, de sujeitos que ao longo da vida colecionam registros, do exercício da educação patrimonial por parte de professores e de organizadores de museus escolares. Circunscrevendo a discussão ao ofício de historiadores da educação e arquivistas, estruturamos o artigo em duas partes. A primeira parte se concentra na narrativa historiográfica em educação, tomando um exemplo da história brasileira da educação. A segunda trata de algumas das dimensões presentes nos atos de arquivamento, concentrando-se particularmente na materialidade dos documentos.
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