José Álvares de Azevedo e a circulação de ideias sobre a educação de cegos no Brasil no século XIX
DOI:
https://doi.org/10.21680/2596-0113.2024v7n1ID38788Palavras-chave:
História da educação, Instituições, Intelectual, Sistema BrailleResumo
Este artigo investiga as conexões entre instituições, intelectuais e práticas educacionais voltadas para a educação de pessoas cegas no Brasil no século XIX, com foco na atuação de José Álvares de Azevedo. A análise considera a circulação de ideias entre o Brasil e a França, mediada pela formação de Álvares no Institut National des Jeunes Aveugles de Paris e sua introdução do Sistema Braille no Brasil. Adota-se como referencial teórico a História Cultural, com base em autores como Jean-François Sirinelli, Peter Burke e Justino Magalhães, para compreender as redes de sociabilidade e o papel dos intelectuais na adaptação de modelos pedagógicos ao contexto brasileiro. A pesquisa destaca o Imperial Instituto dos Meninos Cegos como um marco da educação inclusiva, representando a adaptação local de práticas globais. A partir de fontes documentais variadas, conclui-se que a difusão do Braille e a articulação de ideias e práticas educacionais refletiram um movimento de modernização social e de inclusão, cujos impactos reverberam até os dias atuais.
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