Estigma e paradoxo:
o desvio e a exclusão em uma Escola Freinet
DOI:
https://doi.org/10.21680/1982-1662.2022v5n34ID28066Palavras-chave:
Desvio, Estigma, Exclusão, Pessoas com deficiênciaResumo
O presente trabalho visa a explicitar o problema da exclusão dentro de uma Escola Libertária Freinet, a Camafeu. O problema da exclusão é visto sob a ótica de dois sistemas conceituais, o de Gilberto Velho: “Desvio e Divergência” (1979) e o de Erving Goffman: “Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada” (2004). O trabalho se relaciona a dois conceitos desses autores: o desvio e o estigma, respectivamente. Dentro desses dois agentes conceituais discursivos, trabalhamos o desvio como algo que foge à regra vigente, seja pela via do sujeito, seja pela via institucional. Já o estigma é aplicado aos sujeitos como algo ou aquilo que não corresponde às expectativas vigentes da norma social – as pessoas portadoras de alguma deficiencia (física, mental ou intelectual), por exemplo. São dentro desses dois planos (desvio e estigma) que observamos, pois, a exclusão dos estudantes. Através das práticas de sociabilidade observadas na Escola, desenvolvemos uma observação na qual foi possível utilizar-se de questionários e vivências in loco, com base no exercício etnográfico, em um período de 10 meses. Foram investigadas as moralidades que permeiam o espaço escolar e levantada a questão: “é possível haver exclusão social dentro de um espaço libertário?”. A principal hipótese é que por mais que a instituição seja libertária e tipicamente desviante, ela não resolve o problema da exclusão, pois as grandes transformações viriam, na verdade, das relações estabelecidas no interior das salas entre os próprios alunos e não pela pretensa metodologia inclusiva.
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