Clarice Lispector

gênero, violência e campo literário no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21680/1982-1662.2024v7n40ID35891

Palavras-chave:

Campo literário, Clarice Lispector, Pierre Bourdieu

Resumo

Este artigo procura demonstrar a importância do conceito de campo literário cunhado por Pierre Bourdieu (1996) para compreender a reconfiguração da obra de Clarice Lispector ressaltando a relevância das suas atividades jornalísticas na adaptação de seu estilo marcado por um profundo hermetismo e a consequente consolidação de outro estilo literário, que culminou na construção da obra Laços de Família, que rendeu a Clarice Lispector notoriedade nacional. A escritora fez uma adaptação de sua narrativa caracterizada pela descrição da experiência limite que a linguagem imprime e os enredos que destacam cenários de violência psicológica e doméstica para uma linguagem condizente com as expectativas do campo literário no Brasil. Tem-se como foco o estudo da centralidade do conceito de campo literário para a trajetória da autora e as tensões encontradas por Clarice na época.

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Biografia do Autor

Maíra Honorato Marques de Santana, Universidade de Brasília

Doutoranda em Sociologia pela Universidade de Brasília, Mestra em mercados culturais pela Universidade de Alagoas, Psicopedagoga e Bacharela em Ciências Sociais pela Universidade de Pernambuco. Atua com trajetórias de escritoras, feminismo, feminismo negro e sociologia da cultura.

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Publicado

19-08-2024

Como Citar

HONORATO MARQUES DE SANTANA, M. Clarice Lispector: gênero, violência e campo literário no Brasil . Revista Inter-Legere, [S. l.], v. 7, n. 40, p. c35891, 2024. DOI: 10.21680/1982-1662.2024v7n40ID35891. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/interlegere/article/view/35891. Acesso em: 26 dez. 2024.

Edição

Seção

ARTIGOS