ENSAIO SOBRE POLÍTICAS ESPONTÂNEAS E A PARALISIA DE CERTA ANTROPOLOGIA
DOI:
https://doi.org/10.21680/1982-1662.2016v1n19ID11780Palavras-chave:
Política espontânea, Caatinga, Biologia da Conservação, Antropologia da Ciência e da TécnicaResumo
Este ensaio é composto por uma problematização sobre o que o trabalho antropológico pode ou não poder fazer. A minha ideia é demonstrar vínculos morais e instantâneos das atividades antropológicas e desníveis de seriedade que temos diante de diferentes discursos. Ao longo do texto eu apresento uma situação singular do meu trabalho de campo junto aos Biólogos da Conservação que executam atividades de reflorestamento do Bioma Caatinga, em áreas degradadas pela Transposição do Rio São Francisco. Destaco nesta incursão etnográfica, elementos que marcam minha entrada em campo, consequentemente, elementos que constituem uma rede dos ganhos antropológicos a partir de elementos nos/dos trabalhos biológicos. Em seguida, eu demonstro como – incitado por um fazer moralizado e uma moral do preceder antropológico –, afasto-me dos meus interlocutores/biólogos por efeito de seus estranhamentos de atividades de comunidades tradicionais em condições semiáridas. Se reformulações das abordagens antropológicas, à luz de novos dados etnográficos, devem ser constante e constituinte, acredito que as inquietações contidas nesta comunicação configuram uma forma singular de conflito entre posicionamentos políticos da disciplina, historicamente edificados, e aparatos teórico-metodológicos, epistemologicamente colocados.