O impeachment de 2016 a partir dos campos de moralidade

os discursos conservadores ativados na deposição de Dilma Rousseff

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DOI :

https://doi.org/10.21680/1982-1662.2023v6n38ID32594

Mots-clés :

Impeachment, Dilma Rousseff, Moralidades, Movimentos Conservadores

Résumé

O presente trabalho tem como objetivo analisar no que consistem e como foram ativados os campos de moralidade inseridos no âmbito do procedimento de instauração do processo de impeachment da então Presidenta Dilma Rousseff (Partido dos Trabalhadores – PT), votado em 17 de abril de 2016. Para tanto, será realizado o exame de elementos que compõem a estrutura dos discursos conservadores mais destacados no decorrer daquele processo político, como concepções sobre moralidades, política e conservadorismo, como se articulam e quais foram as consequências políticas dessa combinação. Nesse sentido, a articulação dessas concepções se desdobrou na mobilização de atores políticos em torno da projeção de discursos de variadas dimensões, como religião, economia e segurança, e que influenciados por um robusto conjunto retórico de apelo ao passado, culminaram em um processo político que marcou de forma determinante a democracia brasileira.

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Yago de Souza Rodrigues, IUPERJ - UCAM

Bacharel em Direito pelo Centro Universitário do Pará (CESUPA - 2016 a 2020). Aluno dos Programas de Pós-graduação em Ciência Política e Sociologia Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro - Universidade Cândido Mendes (IUPERJ-UCAM). Discente de Mestrado no Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Pará (PPGCP-UFPA). Integrou como membro/ligante ou membro/ouvinte os seguintes grupos de pesquisa: Liga Acadêmica Jurídico-Criminal (LAJUC) em 2021, compondo o Grupo de Pesquisa de Política Criminal, orientado pelo Prof. Me. André Martins Pereira; Grupo de Estudos Avançados em Direito Penal Internacional em 2021, vinculado ao Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (GEA-N/IBCCRIM), coordenado pelo Prof. Dr. Marcos Alexandre Coelho Zilli; Grupo de Pesquisas Emancipação, Cidadania e Participação Política, vinculado ao Núcleo de Estudos de Organizações, Segurança Pública e Cidadania (NOSC) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), coordenado pelo Prof. Dr. Emil Albert Sobottka; Grupo de Estudos Constitucionais Compartilhados - ECCOM, coordenado pelo Prof. Dr. Breno Baía Magalhães. Pesquisador da área de Ciência Política e Sociologia Política, com ênfase em Processos Históricos Latino-Americanos, Democracia, Movimentos Conservadores, Comportamento Político e Regressão Democrática.

Janine Targino, IUPERJ - UCAM

Possui bacharelado em Ciências Sociais (2008), licenciatura em Ciências Sociais (2008), mestrado em Ciências Sociais (2010) e doutorado em Ciências Sociais (2014) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Também possui pós-doutorado em Sociologia Política pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (2018). Atualmente é professora do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) e professora e pesquisadora do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro da Universidade Candido Mendes (IUPERJ-UCAM), onde atua no Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política e como coordenadora da especialização em Sociologia Política. Tem experiência em Sociologia e Antropologia, com ênfase em Sociologia da Religião, Antropologia da Religião e Antropologia das Drogas. É vice-coordenadora do grupo de pesquisa do CNPq: DT-Crelig- Dinâmicas Territoriais, Cultura e Religião e membra da Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS) e da Associação Brasileira Multidisciplinar de Estudos sobre Drogas (ABRAMD). Integra os grupos de pesquisa: Grupo de Estudos do Cristianismo Clara Mafra (GEC Clara Mafra); Grupo de Estudos e Pesquisas Urbanas e Regionais (GEPUR); Núcleo de Pesquisa Estudos Afro-Asiáticos (NEAA); Fundamentos: observatório dos fundamentalismos e conservadorismos contemporâneos.

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Publié-e

27-11-2023

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DE SOUZA RODRIGUES, Y.; TARGINO, J. O impeachment de 2016 a partir dos campos de moralidade: os discursos conservadores ativados na deposição de Dilma Rousseff. Revista Inter-Legere, [S. l.], v. 6, n. 38, p. c32594, 2023. DOI: 10.21680/1982-1662.2023v6n38ID32594. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/interlegere/article/view/32594. Acesso em: 22 nov. 2024.

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