ENSINO DE SOCIOLOGIA ANTIRRACISTA: REFLEXÕES SOBRE FORMAÇÃO DOCENTE
DOI:
https://doi.org/10.21680/1982-1662.2016v1n18ID10813Palavras-chave:
Formação docente – ensino de sociologia – educação antirracistaResumo
Desde 2003, muitas conversas e reflexões acontecem nas escolas e nas universidades, acerca de como implementar a Lei 10.639/03, que modificou a LDBEN e estabeleceu a obrigatoriedade do Ensino de História da África e dos Negros no Brasil em todo o currículo do ensino básico, através das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Culturas Afro-brasileiras e Africanas. (BRASIL, 2004). Em vários momentos de debates as questões levantadas pelos docentes são: “Como vou aplicar a lei se não fui formado em História da África e relações raciais?” “Para aplicar a lei, existem materiais didáticos?” “Essa lei foi imposta e além do mais o problema do negro não é um problema social?” “Como aplicar uma lei como essa se a maioria das pessoas não se considera racista?” “Se falarmos da questão racial na sala de aula, não vamos incitar conflitos raciais?” “Trabalhar com esta lei, que trata das diferenças raciais, não significa violar o princípio da igualdade que a escola tanto preza?” Tantas perguntas, que para responder todas, precisaríamos de tempo para escrever e argumentar. Entretanto, o que vamos focar neste texto é justamente as raízes dessas demandas imediatas dos docentes, ou seja, a formação docente para aplicar a Lei. Para tal, num primeiro momento, vamos problematizar algumas questões teóricas e, em seguida, nos posicionar diante deste grande desafio que podemos denominar de construção do conhecimento escolar em sociologia e uma formação docente que mobiliza a construção de novas identidades docentes. Ao final, tentaremos indicar pistas políticas, pedagógicas e epistemológicas para a construção de uma nova perspectiva pedagógica antirracista no ensino de sociologia.