A Formação Social, Histórica, Política e Cultural do Brasil a partir da Teoria Marxista da Dependência
a particularidade da questão social brasileira
DOI:
https://doi.org/10.21680/1984-3879.2025v25n01ID40011Palavras-chave:
Teoria Marxista da Dependência;, Superexploração do Trabalho;, Capitalismo Dependente;, Racismo EstruturalResumo
O presente artigo analisa a formação social, histórica, política e cultural do Brasil sob a perspectiva da Teoria Marxista da Dependência (TMD), reafirmando a centralidade da superexploração da força de trabalho e do racismo estrutural na conformação do capitalismo dependente brasileiro. Fundamentado em uma revisão bibliográfica crítica, o estudo evidencia que o subdesenvolvimento latino-americano não constitui uma etapa anterior ao desenvolvimento, mas uma condição funcional e estrutural à reprodução do capital em escala global. A partir das contribuições teóricas de Ruy Mauro Marini, argumenta-se que o capitalismo brasileiro articula modernização conservadora, reprodução das desigualdades e permanência de estruturas arcaicas, consolidando uma ordem social profundamente desigual. A metáfora do sertão, mobilizada como categoria analítica, expressa a síntese das contradições históricas que atravessam a sociedade brasileira. Dessa forma, o artigo contribui para a compreensão crítica da particularidade da questão social no Brasil, articulando singularidade histórica e totalidade capitalista mundial.
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