ENTRE MARIONETES, MACACOS DE PELÚCIA E APARELHOS AUDITIVOS
VESTÍGIOS (I)MATERIAIS DE INFÂNCIAS SURDAS OBJETIFICADAS
DOI:
https://doi.org/10.21680/1984-3879.2023v23n1ID31168Palavras-chave:
Surdidade, Infâncias Surdas, Objetificação, Arte Surda, Resistência PolíticaResumo
Ao longo dos anos, o olhar do poder normalizador dos ouvintes sobre as infâncias surdas não tem sido para a sua surdidade, para a sua experiência singular de ser-surdo-no-mundo, mas sim, para o aspecto biológico dos seus corpos que as coloca fora da curva da normalidade. Nesse sentido, o objetivo deste estudo é identificar vestígios e testemunhos da objetificação dos corpos e das infâncias surdas pela medicina, pela escola e pela família, nas imagens produzidas pelas artistas Nancy Rourke e Susan Dupor. Utilizou-se como referencial teórico-metodológico os estudos de Foucault (2012), Benjamin (2017), Nussbaum (1995), Martins & Klein (2012), Skliar (2005), Lopes (2007), entre outros autores do campo dos Estudos Surdos e da filosofia da linguagem. À mercê das escolhas da família e dos médicos, as crianças surdas têm o desafio de se descobrirem e de se afirmarem surdas na contramão do discurso da normalidade. É dessa queda de braços entre uma espécie de ortopedia da natureza e o desejo de permanecer surdo que emerge a surdidade. Ambas artistas estudadas presentam as crianças surdas como objetos sem, no entanto, reduzi-las a condição de objeto. Assim, num gesto de resistência política, apresentam os embates coletivos da surdidade frente ao poder normalizador que buscou intervir e controlar massivamente seus corpos e condutas infantes.
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Referências
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