UMA ANÁLISE DOS FUNDAMENTOS DA ESCOLA SEM PARTIDO EM RELAÇÃO AO CURRÍCULO DE SOCIOLOGIA DO ENSINO MÉDIO
DOI:
https://doi.org/10.21680/1982-1662.2017v1n20ID12466Palavras-chave:
Escola sem partido, Ensino de sociologia, Ideologia, PIBIDResumo
Este trabalho trata de uma reflexão sobre o projeto Escola sem Partido a partir da perspectiva do ensino de Sociologia no ensino médio. Apesar desse projeto ainda não estar concretizado, sua iniciativa já demonstra uma perspectiva preocupante para a educação no Brasil. Sua proposição não representa nenhuma iniciativa no sentido de corrigir os problemas que afetam a educação no país. Uma das políticas de educação dos últimos anos consistia na valorização do professor como uma das estratégias para melhor a educação básica. Ao contrário disso, esse projeto não propõe qualquer valorização do professor, mas o fragiliza, pela criminalização da sua liberdade de pensamento e de expressão, além de estimular a intolerância. Nosso objetivo é avaliar as prováveis implicações desse projeto para o exercício do magistério. Tal projeto pode afetar profundamente a elaboração dos programas de disciplina, a composição dos conteúdos curriculares bem como sua abordagem, além da laboração e a escolha de material didático. A discussão é desenvolvida através da análise dos fundamentos do projeto Escola sem Partido, colocando-os em relação aos parâmetros que orientaram a proposta de currículo de Sociologia para o ensino médio, bem como a seus conteúdos. Esse currículo foi elaborado por professoras do ensino médio, estudantes e professores do curso de Licenciatura em Ciência Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, participantes do PIBID/UERN. Esse currículo vem sendo experimento nas atividades do PIBID. No contexto de uma “escola sem partido”, uma iniciativa como essa não teria espaço, nem para sua livre elaboração, nem para sua implementação. Observamos que o título do projeto em si revela uma contradição: ele se propõe a fundar uma escola sem ideologia, mas partindo de uma ideologia institucionalizada, com o objetivo de cercear as vozes divergentes no interior da instituição escolar. Através dessa discussão pretendemos observar o ensino de Sociologia no contexto das transformações políticas que estão em curso no Brasil.