DIÁLOGOS (IM)POSSÍVEIS?: INTERSECÇÕES ENTRE SEXO, CORPO, SEXUALIDADE E CIÊNCIA
DOI:
https://doi.org/10.21680/1982-1662.2016v1n19ID10038Palavras-chave:
Ciência, Corpo, Gênero, SexualidadeResumo
As intersecções entre sexo/corpo/sexualidade e ciência constituíram, ao longo do tempo, a criação de um arcabouço de verdades quase absolutas. Os aparatos médico-científicos elaboraram uma verdadeira engenharia social que tem norteado práticas e condutas que, na maioria das vezes, utilizam critérios patológicos e diagnósticos para fazer alusão a comportamentos meramente subjetivos e sociais. Partindo desse pressuposto, o cerne do presente ensaio centra-se em refletir acerca das verdades absolutas que a(s) ciência(s) imputaram/imputam às práticas sociais, sobretudo às corpóreas e sexuais, atentando para outras possibilidades de se pensar os corpos, os sexos, as corporeidades e as sexualidades. Para isso, num primeiro momento, nos centraremos em fazer uma análise crítica da ciência enquanto paradigma dominante da modernidade para, em seguida, demonstrar como essa mesma ciência construiu um leque de verdades imutáveis sobre o corpo e sexo, enfatizando a construção teórica do dispositivo da sexualidade foucaultiano. O cartesianismo dos discursos acadêmicos que envolvem a temática do corpo, sobretudo nas humanidades, será abordado a partir das contribuições do antropólogo Edgard de Assis Carvalho e, com o intuito de exemplificar a maneira como a ciência patologiza na contemporaneidade as sexualidades tidas como dissidentes, nos ancoraremos nos critérios diagnósticos do Manual Diagnósticos e Estatísticos dos Transtornos Mentais.