O suporte sambístico na construção de uma epistemologia interdisciplinar
DOI:
https://doi.org/10.21680/1984-3879.2024v24n2ID35522Palavras-chave:
epistemologias, interdisciplinaridade, literatura menor, samba, filosofia brasileiraResumo
O presente artigo busca uma filosofia brasileira interdisciplinar. O samba repercutindo como recurso analítico, a chamar o pensamento a vislumbrar outras concepções, menos especialistas. A primeira parte, alerta ao leitor sobre a tendência perigosa de se posicionar o interdisciplinar numa teoria dos conjuntos. Em seguida, avançamos para uma crítica aos cientificismos, inclusive elencando sua face mais racista, desestabilizando sua vontade de verdade. Diante de tantos saberes, outro, ainda, surge, na imagem dos sambas de enredo, a literatura, categorizada por Deleuze e Guattari, de literatura menor. Discutiremos a noção de música e como, alguns, ainda perseveram no dualismo polarizante, antagonizando o erudito e o popular, e a MPB e o populacho, mais um indício do modo de pensar viciado e vacilante de séculos de uma determinada educação intelectual. Ao fim, debruçaremo nos sobre as fontes de pesquisa dos carnavalescos da G.R.E.S. Unidos do Viradouro, no sentido de analisar algumas categorias sociológicas, políticas, antropológicas, psicológicas, musicais, literárias, filosóficas, não de forma compartimentada, mas num todo, como fluxo, agenciamento, conexões múltiplas. Para isso trabalharemos os carnavais de 2020 e 2023, especialmente a tese de doutorado de Harue Sorrentino, Articulações Pedagógicas no Coro das Ganhadeiras de Itapuã: um estudo de caso etnográfico e o livro do antropólogo Luiz Mott, Rosa Egipcíaca: Uma Santa Africana no Brasil.
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